quarta-feira, 22 de setembro de 2010

MECANISMOS DE DEFESA - PSICOLOGIA


Os mecanismos de defesa do Ego são processos subconscientes desenvolvidos pela personalidade, os quais possibilitam a mente desenvolver uma solução para conflitos, ansiedades, hostilidades, impulsos agressivos, ressentimentos e frustrações não solucionados ao nível da consciência. Técnica psicológica para desenvolver a personalidade, sua finalidade é tentar defender-se, estabelecer compromissos entre impulsos conflitantes e aliviar tensões internas selecionadas inconscientemente e operando automaticamente. Freud declarava que o termo defesa deveria ser utilizado "para todas as técnicas que o ego utiliza em conflitos que podem levar à neurose". Posteriormente Freud ampliou o conceito de mecanismo de defesa, aplicando-o tanto a situações normais quanto patológicas (nas quais um método especial de defesa protege o ego contra exigências instintivas).
  1. REPRESSÃO- É um dos mais comuns mecanismos de defesa do ego consiste em afastar uma determinada coisa do consciente, mantendo-a à distância (no inconsciente). manipular o conflito, impulsos em competição, tendências a atos que constitui uma ameaça à imagem que fazemos de nós mesmos afastar ou recalcar da consciência um afeto, uma idéia ou apelo do instinto.
    Exemplo:
    1. um acontecimento que por algum motivo envergonha uma pessoa pode ser completamente esquecido e se tornar não evocável

     
  2. PROJEÇÃO- É uma forma de deslocamento que dirige-se para fora, e atribui a outras pessoas seus traços de caráter, atitudes, motivos e desejos contra os quais existem objeções e que se quer negar. No sentido propriamente psicanalítico, operação pela qual o sujeito expulsa de si e localiza no outro- pessoa ou coisa- qualidades, sentimentos, desejos e mesmo "objetos"que ele desconhece ou recusa nele. Trata-se aqui de uma defesa de origem muito arcaica, que vamos encontrar em ação particularmente na paranóia, mas também em modos de pensar "normais", como a superstição.
    Exemplos:
    1. Um menino ao ver os leões no Jardim Zoológico diz ao seu avô: - "Você está morrendo de medo do leão, não é"?
    2. A pessoa afirma: -"Todos nós somo desonestos..." ou "todos os homens são infiéis..." , na realidade está tentando projetar nos demais suas próprias características.
    3. A, incapaz de tolerar a angústia despertada pelo seu ódio de B, inconscientemente muda a sua atitude "eu odeio B" para "B me odeia"

     
  3. INTROJEÇÃO- Intimamente relacionada com a identificação, visa resolver alguma dificuldade emocional do indivíduo, ao tomar para a própria personalidade certas características de outras pessoas.
    Exemplo:
    1. A criança desenvolve boas e más auto-representações baseado em como seus pais percebem e respondem a elas.

     
  4. REGRESSÃO- É o retorno a atitudes passadas que provaram ser seguras e gratificantes, e às quais a pessoa busca voltar para fugir de um presente angustiante. Devaneios e memórias que se tornam recorrentes, repetitivas. Uma abordagem infantil e imatura do mundo que pode ter permanecido latente por muitos anos, pode ser despertada por uma experiência ou situação frustrante numa fase posterior da vida. É um retorno a um nível de desenvolvimento anterior ou a um modo de expressão mais simples ou mais infantil. É um modo de aliviar a ansiedade escapando do pensamento realístico para comportamentos que, em anos anteriores, reduziram a ansiedade.
    A regressão é um modo de defesa bastante primitivo e, embora reduza a tensão, freqüentemente deixa sem solução a fonte de ansiedade original.
    Exemplo:
    1. Uma pessoa ao ver uma barata, sobe na mesa aos berros.
    2. Uma criança, ao nascer seu irmãozinho, começa a fazer xixi na calça e a pedir chupeta novamente.

     
  5. FIXAÇÃO- Detenção de um forma incompleta na evolução da personalidade pela persistência resultante de certos elementos incompletamente amadurecido. Assim a personalidade apresenta uma carência de integração harmoniosa. Sua organização emocional encontra-se em permanente estágio imaturo e há um intervalo entre o estado biológico e a independência emocional.Cessação do processo de desenvolvimento da personalidade em um estágio anterior à completa e uniforme independência amadurecida.
    Exemplo:
    1. A criança pode continuar a falar como um bebê e a conservar sua dependência com a mãe do período em que estas características deveriam ter sido superadas.

     
  6. FORMAÇÃO REATIVA (SUPERCOMPENSAÇÃO)-Traço de caráter que representa o exato oposto do que seria naturalmente esperado pela expressão de tendências libertadas, um traço desenvolvido para manter a repressão destes impulsos e para negar e mascara tendências da personalidade que existiram de uma forma oculta.
    Exemplo:
    1. Traço de caráter perfeccionista e descompromissado constitui freqüentemente formações reativas contra tendências, desejos e impulsos proibidos.
    2. Através da Formação Reativa, alguns pais são incapazes de admitir um certo ressentimento em relação aos filhos, acabam por interferir exageradamente em suas vidas, sob o pretexto de estarem preocupados com seu bem-estar e segurança. Nesses casos a super-proteção é, na verdade, uma forma de punição.
    3. O esposo pleno de raiva contra sua esposa pode manifestar sua Formação Reativa tratando-a com formalidade exagerada: "não é querida..."

     
  7. COMPENSAÇÃO- A personalidade em suas inadequações e imperfeições apresenta um mecanismo de compensações a fim de tentar assegurar o reconhecimento de que necessita.
    Exemplo:
    1. Em pessoas cujas reações em relação a realidade em geral e aos estímulos sociais em particular são bem integradas, a existência de uma inferioridade física pode provocar atividades construtivas que resultam em qualidades de notável utilidade social.

     
  8. RACIONALIZAÇÃO- Um dos mais comuns mecanismos planejados para manter o respeito próprio e evitar o sentimento de culpa. Constitui um mecanismo que visa a um propósito útil até o ponto que conduz à auto-proteção e ao conforto psíquico. O indivíduo constrói uma argumentação intelectualmente convincente e aceitável, que justifica os estados "deformados" da consciência.
    Isto é, uma defesa que justifica as outras, ou seja, o poder dos fortes. Justificam os seus atos pela "lógica."A pessoa utiliza esquemas de justificação para disfarçar motivos e intenções subjacentes.
    Graças a este artifício, os pretextos são considerados razões e assim a pessoa se tranqüiliza.
    Exemplo:
    1. Quando preferimos acreditar que nosso comportamento é o resultado de deliberação raciocinada, julgamento desprovido de prevenções; consciência de todos os motivos que o determinam.
    2. Precisamos despedir os empregados para conter gastos.
    3. Vamos destruir favelas pelo bem da sociedade.
    4. Só a nossa religião salva realmente. Precisamos destruir os inimigos que nos querem mal e estão condenados ao inferno.

     
  9. NEGAÇÃO- Provavelmente é o mecanismo de defesa mais simples e direto, pois alguém simplesmente recusa a aceitar a existência de uma situação penosa demais para ser tolerada.
    Exemplos:
    a)Um gerente é rebaixado de cargo e se vê obrigado a prestar os mesmos serviços que exercia outrora.
    b)A pessoa não consegue perceber que está sendo traída, quando todos à sua volta já comentam.
    c)A pessoa está fazendo regime, mas come escondido o tempo todo, afirmando que tem seguido "a risca" o regime, quando na verdade, come várias coisas fora das refeições, por isso não consegue emagrecer.

     
  10. SUBLIMAÇÃO- É o mecanismo pelo qual a energia inerente a impulsos primitivos ou inaceitáveis, é transformada e dirigida a objetivos socialmente úteis. É o processo inconsciente através do qual, um impulso primário é canalizado, ou seja, transferido para outras vias sob formas sociais mais aceitas. A pessoa muda a forma de resposta, mas a intenção continua sendo a mesma. Respostas sublimadas que não atingem o objeto-estímulo, mas o símbolo-estímulo
    Exemplos:
    1. Um funcionário esmurra a mesa quando está com raiva de seu chefe – a ação desejada se realiza, servindo-se a pessoa de um objeto-estímulo que se torna o símbolo da verdadeira meta, agora sublimada.
    2. A fotografia de um ditador é queimada em praça pública, quando o desejo é a saída ou a morte do ditador.
    3. Falar Ironias, quando o desejo é xingar.
    4. Um aperto de mão demorado, quando o desejo é um beijo apaixonado.

     
  11. CATITIMIA: Indica a ação que as tendências afetivas exercem sobre a percepção da realidade. Uma pessoa emocionada é uma péssima testemunha, dificultando a análise objetiva de um crime pelas pessoas que o presenciaram. Na catitimia, o indivíduo enxerga por meio de "óculos", e a cor de suas lentes é que determinam a cor da realidade.
    Exemplo
    1. Uma pessoa quando está apaixonada por outra, tende a ver somente as suas qualidades.
    2. "Precisava ver, era uma serpente enorme, de quase mais de três metros de comprimento..."Às vezes, exageramos as dimensões das coisas que nos causam medo".

     
  12. DESLOCAMENTO É um processo psíquico através do qual o todo é representado por uma parte ou vice-versa.Também pode ser uma idéia representada por uma outra, que, emocionalmente, esteja associada à ela. Esse mecanismo não tem qualquer compromisso com a lógica. É o caso de alguém que tendo tido uma experiência desagradável com um policial, reaja desdenhosamente, em relação a todos os policiais.
    É muito corrente nos sonhos, onde uma coisa representa outra. Também se manifesta na Transferência, fazendo com que o indivíduo apresente sentimentos em relação a uma pessoa que, na verdade, lhe representa uma outra do seu passado.
    Fato de a importância, o interesse, a intensidade de uma representação ser suscetível de se destacar dela para passar a outras representações originariamente pouco intensas, ligadas à primeira por uma cadeia associativa.
    Esse fenômeno, particularmente visível na análise do sonho, encontra-se na formação dos sintomas psiconeuróticos e, de um modo geral, em todas as formações do inconsciente.
    A teoria psicanalítica do deslocamento apela para a hipótese econômica de uma energia de investimento suscetível de se desligar das representações e de deslizar por caminhos associativos.
    O "livre"deslocamento desta energia é uma das principais características do modo como o processo primário rege o funcionamento do sistema inconsciente.

     
  13. A IDENTIFICAÇÃO É o processo psíquico por meio do qual um indivíduo assimila um aspecto, um característica de outro, e se transforma, total ou parcialmente, apresentando-se conforme o modelo desse outro. A personalidade constitui-se e diferencia-se por uma série de identificações.
Freud descreve como característico do trabalho do sonho o processo que traduz a relação de semelhança, o "tudo como se", por uma substituição de uma imagem por outra ou "identificação".
A identificação não tem aqui valor cognitivo : é um processo ativo que substitui uma identidade parcial ou uma semelhança latente por uma identidade total.

 
  1. O ISOLAMENTO.É um processo psíquico típico da neurose obsessiva, que consiste em isolar um comportamento ou um pensamento de tal maneira que as suas ligações com os outros pensamentos, ou com o autoconhecimento, ficam absolutamente interrompidas, já que foram ( os pensamentos, os comportamentos), completamente excluídos do consciente.
    Entre os processos de isolamento, citemos as pausas no decurso do pensamento, fórmulas, rituais, e,de um modo geral, todas as medidas que permitem estabelecer um hiato na sucessão temporal dos pensamentos ou dos atos.
    Certos doentes defendem-se contra uma idéia, uma impressão, uma ação, isolando-as do contexto por uma pausa durante a qual "…nada mais tem direito a produzir-se, nada é qualificada de mágica por Freud; aproxima-a do processo normal de concentração no sujeito que procura não deixar que o seu pensamento se afaste do seu objeto atual.
    O isolamento manifesta-se em diversos sintomas obsessivos; nós o vemos particularmente em ação no tratamento, onde a diretriz da associação livre, por lhe se oposta, coloca-o em evidência (sujeitos que separam radicalmente a sua análise da sua vida, ou determinada sequência de idéias do conjunto da sessão, ou determinada representação do seu contexto ideoafetivo).
    Freud reduz, em última análise, a tendência para o isolamento a um modo arcaico de defesa contra a pulsão, a interdição de tocar, uma vez que "… o contato corporal é a finalidade imediata do investimento de objeto, quer o agressivo quer o terno".
    Nesta perspectiva, o isolamento surge como "… uma supressão da possibilidade de contato, um meio de subrair uma coisa ao contato; do mesmo modo, quando o neurótico isola uma impressão ou uma atividade por pausa, dá-nos simbolicamente a entender que não permitirá que os pensamentos que lhes dizem respeito entrem em contato associativo com outros".
    Na realidade, pensamos que seria interessante reservar o termo isolamento para designar um processo específico de defesa que vai da compulsão a uma atitude sistemática e concentrada, e que consiste numa ruptura das conexões associativas de um pensamento ou de uma ação, especialmente com o que os precede e os segue no tempo.

     
  2. A SUBSTITUIÇÃO.Processo pelo qual um objeto valorizado emocionalmente, mas que não pode ser possuído, é inconscientemente substituído por outro, que geralmente se assemelha ao proibido. É uma forma de deslocamento.

     
  3. A FANTASIA.É um processo psíquico em que o indivíduo concebe uma situação em sua mente, que satisfaz uma necessidade ou desejo, que não pode ser, na vida real, satisfeito.
    É um roteiro imaginário em que o sujeito está presente e que representa, de modo mais ou menos deformado pelos processos defensivos, a realização de um desejo e, em última análise, de um desejo inconsciente.
    Exemplos : A fantasia apresenta-se sob diversas modalidades:
    a)Fantasias conscientes ou sonhos diurnos.
    b)Fantasias inconscientes como as que a análise revela, como estruturas subjacentes a um conteúdo manifesto.
    c)Fantasias originárias.

 
  1. EXPIAÇÃO.
    É o processo psíquico em que o indivíduo quer pagar pelo seu erro imediatamente.

     
  2. FRUSTRAÇAO Na linguagem corrente: sentimento produzido por uma contrariedade. Em psicologia: estado emocional desagradável que advém do facto de não se conseguir o que se deseja e sobre o qual, frequentemente, se tinham expectativas positivas
Efeitos da frustração no psiquismo e comportamento do sujeito:
     Intensidade e natureza da motivação;
         Dependem Natureza do objecto frustrante;
     Personalidade do indivíduo.
Exemplos BARREIRA QUE IMPEDE O SUJEITO ALCANÇAR O QUE DESEJA
  1. A tolerância à frustração (capacidade de suportar a frustração) depende de vários factores:
  2. Idade
  3. Frequência das frustrações
  4. Aprendizagem

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 
Bibliografia pesquisada
fundamentosfreud.vilabol.uol.com.br/mecanismosdedefesa.html
pt.shvoong.com › Medicina E Saúde

 
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